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Fevereiro 27, 2022

uma jornada em busca do desconhecido #01

ttrpg | 13 min de leitura 📖

O bloqueio criativo é frustrante... não, talvez mais do que isso, é super frustrante.

Não é novidade. Com tudo o que passamos os útlimos tempos, encontrei nos TTRPGs solo uma pequena dose de ânimo para a criatividade. Se você não sabe, TTRPG é o que conhecemos como RPG (Role-playing Games), no qual as pessoas interpretam papéis de heróis em aventuras guiadas por um mestre que propõem desafios e cenários. But, a ideia de um RPG solo é incrível por vários motivos, para mim, principalmente, pelo fato de eu ODIAR ter que estudar e entender mecânicas complexas - okay, isso é um trauma, sim, venho de anos de tentativas tentando digerir D&D, Vampiro e outros, e nunca consegui -, talvez seja só o fato de eu não conseguir manter a atenção, vai saber. 

O solo journaling game é uma modalidade que vem sendo muito bem explorada, onde um cenário é proposto, normalmente por um documento pequeno às vezes de uma única página, e junto com ele alguns prompts, gatilhos que ajudam na criação da narrativa, então a jogadora inicia sua aventura solo pulando entre gatilhos e criando a sua jornada, registrando tudo em um diário ou bloco de notas ou blog, como este.

No final, não se trata apenas de uma imersão criativa, mas também no desenvolvimento de persos aspectos da maneira como pensamos, encamos o mundo, situações e vai além.

Há algum tempo eu queria trazer isso para vocês, então decidi começar uma breve jornada, baseada no meu jogo Uma Jornada Em Busca Do Desconhecido (UJEBDD), um jogo solo de diário no formato panfleto que está disponível no itch.io para download, clique aqui para pegar a sua cópia.

Em UJEBDD, a jogadora assume o papel de uma exploradora em busca de mistérios pela terra fantástica de Mour (que inclusive é onde todos os meus contos se situam e você pode saber mais clicando aqui), e durante essas buscas, ela tem que enfrentar perigos, adversidades e descobrir lugares incríveis. Ele é um jogo breve, sem status, atributos, sem condições de derrota ou vitória, é apenas uma ferramenta para te ajudar a desenvolver a criatividade.

Espero que vocês gostem e possam acompanhar. E para não perder nada, você pode encontrar esse e muitos outros conteúdos assinando a minha newsletter, clique aqui. Vamos lá!


Uma Jornada Em Busca Do Desconhecido #1

Rolagens

d6 #1 - Mistério - Um baú com um raro livro mágico

d6 #2 - Desafios - Um terremoto compromete o local e a sua segurança, cuidado!

d6 #3 - Sua equipe descobriu evidências da pirâmide de Mauh'Caz, um faraó até então presente apenas nas lendas das Dunas Sadhais. Durante sua viagem, no meio do deserto, você encontra monólitos carregados de inscrições hieroglíficas e acaba descobrindo uma entrada para uma galeria escondida sob a areia.

Dia 1

O sol brilhou sobre as dunas transformando a paisagem de um mar iluminado por estrelas em um mar reluzente de ouro. E por ironia ou não, nesse mesmo mar eu sentia o meu fim próximo, quase afogado mesmo não submerso... (trecho com uma aspas aberta e parcialmente rabiscado)

Já se passaram quatro dias desde que iniciamos a jornada através do deserto, talvez tenha sido uma ideia estúpida, assim como tantas que já tive nessa breve vida. O pessoal, que antes não se calavam de emoção, excitação ou qualquer merda assim, agora não trocar nem mesmo olhares. De vez em quando, ouço gemidos, de choro, medo ou lamúria, vai saber. Pela manhã, tivemos nossa primeira conversa sobre racionar suprimentos e pude notar que todos estavam tensos a ponto de se perderem enquanto eu falava, talvez eu tenha problemas nos próximos dias, nas próximas horas.

Eu tento buscar no horizonte uma fagulha que seja de civilização, qualquer coisa que nos tire desse sofrimento, mas não há nada, além de dunas... Malditos Sadhais, maldita pirâmide, maldita dica... 

Julian insistiu para que eu desistisse, dizia que era uma loucura ir atrás de uma lenda, será que fui ingênuo?

Quando iniciei os estudos sobre Mauh, não imaginava que isso fosse me tocar como tocou, não... Não me recordo de ter sentido empatia assim em algum momento da minha vida, com uma história tão profunda sobre superação, desejo de vitória, de ter um sentido ou fazer algo importante com a vida. Agora, parece apenas que vou perecer nesse deserto idiota. Julian, eu acho... Devia ter dado ouvidos?

Antes de armarmos o acampamento, encontrei, revirando alguns papéis na minha bolsa, os esboços que Javi fez durante nosso encontro em Cuzco, linhas mal interpretadas de um mapa de Sadhais, e fiquei pensando que, se eu não tivesse insistido na pesquisa, a Universidade nunca teria financiado o projeto, nós nunca teríamos encontrado aqueles rastros e por fim, não teríamos dado credibilidade para este maldito esboço.

Porra (palavra rabiscada)

Amanhã! Amanhã vamos desistir, eu vou desistir, de novo. Mas não vou deixar que o grupo sofra por minha causa.


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Câmbio e desligo.